História da freguesia
Vimioso
Resumo Histórico
Na periferia do Nordeste Transmontano, situada num planalto, entre os rios Maçãs e Angueira, a freguesia de Vimioso é sede de concelho homónimo, no distrito de Bragança, e tem por orago S. Vicente.
O topónimo “Vimioso” deriva do baixo-latim “(campus) viminosus”, “campo onde abundam os Vimes”.
Relativamente ao povoamento local, apenas a arqueologia, e talvez a toponímia poderão indicar que existia vida humana em Vimioso muito antes da Nacionalidade, ascendendo ao período paleolítico as primeiras povoações que aqui se fixaram, mais exatamente num reduto castrejo, que conservou a sua importância mesmo depois da chegada dos romanos e das invasões germânicas e mouriscas, e que é hoje designado de Atalaia.
O mais antigo documento sobre esta freguesia aparece em 1187; nesta época, o rei D. Sancho I procurava um território que fosse suficientemente largo para aí fundar uma vila, o que se prendia com a posição estratégia do local para a defesa da fronteira; porém, tal só viria a acontecer apenas no reinado de D. Sancho II.
Os genealogistas, com o objectivo de lavantar famílias com senhorios importantes, e os historiadores de localidades, expõem sobre o senhorio de Vimioso as maiores inexactidões, talvez devido à falta de documentação, porém, um nome prevalece: Antas. Dizem alguns genealogistas que procedem de Fernão Mendes de Bragança “o Bravo”, guerreiro de grande valor, e de sua mulher D. Teresa Soares. A ser assim, descendem da mais esclarecida nobreza, pois D. Fernão Mendes de Bragança fora primeiramente casado com D. Sancha Henriques, filha do conde D. Henrique.
Administrativamente, Vimioso esteve até aos inícios do século XVI, sujeita ao concelho de Miranda do Douro, porém em 1516, D. Manuel I concedeu-lhe Foral Novo, constituíndo assim o concelho de Vimioso, que por essa altura se resumia à própria vila e pouco mais.
Em 1658, no território de Vimioso, decorreu uma das inúmeras batalhas travadas entre portugueses e espanhóis depois da restauração da independência. Apesar de toda a destruição e violência sentidas, a povoação de Vimioso conseguiu resistir graças as companhias de ordenanças que a defenderam, comandadas pelo capitão Pedro Sequeira; e o sistema defensivo, parcialmente destruído, foi recuperado dois anos depois pelo governador de Armas de Trás-os-Montes, o Conde de Mesquitela.
Em termos paroquiais, Vimioso era uma reitoria do bispado de Miranda e da apresentação da Casa do Infantado. Tinha o seu pároco um rendimento anual de cinquenta mil réis, quantia pouco significativa se for considerada a dimensão actual da sede concelhia.
Do vasto património cultural e edificado de Vimioso destacam-se: a Igreja Matriz, construída no seculo XVII, que se destaca pela beleza e imponência da sua fachada; as capelas de S. Sebastião, de Nossa Senhora da Conceição, de Santo Antão e de Nossa Senhora das Dores; a Atalaia, o pelourinho, símbolo do pujante poder municipal; o Santuário de Nossa Senhora da Visitação, o solar com brasão, a casa do Conde das Antas, os cruzeiros, as fontes, o relógio de sol, o castro da Batoqueira e os moinhos a água.
A sua população tem como principais actividades económicas: a agricultura, a pecuária, a serração de madeiras, as oficinas de auto, as serralharias, as industrias de transformação de mármores e granitos, de pirotecnia, de panificação e de mobiliário, a hotelaria e o comércio em geral; ao nível do artesanato destacam-se os trabalhos em cobre, a cestaria em vime, a tecelagem, a alfaiataria e a manufactura de calçado.
“Texto retirado do Processo de Ordenação Heráldica da Junta de Freguesia de Vimioso”